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Animais no mundo espiritual: há espíritos de animais no mundo espiritual?

São inúmeras as obras mediúnicas que falam sobre a existência de animais no mundo espiritual, revelando detalhes da sua ação e interação com os Espíritos, assim como ocorre aqui na Terra. É comum encontrarmos em obras mediúnicas informações sobre a presença de animais como pássaros, cães, gatos e peixes habitando colônias espirituais.


A finalidade do nosso estudo não é a de combater sistemas ou pretender mudar pontos de vista. Sempre é bom buscarmos em Kardec a base para avaliar conceitos, para entendermos qualquer assunto ou livro de origem mediúnica ou não no que tange a Doutrina Espírita, tendo como base única os livros da codificação Kardequiana, e em se tratando de assuntos da Doutrina Espírita, não há unanimidade em muitos deles, alguns são até divergentes.


A questão dos nossos irmãos, os animais, são uma delas, que vão desde sua existência no mundo espiritual, passando pelos passes a tratamentos espirituais, onde uns divergem outros aceitam, uns criam grupos espíritas somente para atendê-los, com cirurgias espirituais, psicografias, com os animais ouvindo palestras e ou pregações, etc. Mas vejamos a validade de tudo isso tendo Kardec como base, não nos cabendo entrar no mérito destas praticas ou de quem as pratica, simplesmente fazemos um estudo diante do ensinamento Kaderquiano não nos cabendo a intenção de julgamento. (Observações nossas).

O que nos ensina Allan Kardec acerca deste assunto?

Não há maior autoridade em Espiritismo do que Allan Kardec, em nossa forma de entender. Para muitos, Kardec é hoje apenas um nome; apresentado como Codificador do Espiritismo, o estudo sério e aprofundado de sua obra e livre de preconceitos pessoais ajuda-nos a identificar a profundidade do ensinamento dos Espíritos Superiores e nos faz ver as coisas sob um ponto de vista mais elevado sem nos deixar levar por modismos, adulterações ou inovações. (Observações nossas).

O que ensina Allan Kardec sobre os animais após a morte?

Sabemos que os animais tem um princípio espiritual ou principio inteligente que sobrevive à morte do corpo, mas esse princípio é igual ao nosso? Assim como os Espíritos humanos, o espírito do animal mantém sua atividade após a morte física? (Observações nossas).

Em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXV, Allan Kardec, conversando com os Espíritos a respeito de evocações, pergunta-lhes se é possível evocar o espírito de um animal, vejamos abaixo o que dizem os Espíritos a respeito:

O LIVRO DOS MÉDIUNS 53ª edição, CAP. XXV, ITEM 283, PERG. 36 . Podemos evocar o espírito de um animal?

R - Depois da morte do animal, o princípio inteligente que havia nele, fica em estado latente; este princípio é imediatamente utilizado por certos espíritos encarregados deste cuidado para animar de novo seres nos quais continua a obra de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos, não há espíritos de animais errantes, mas somente espíritos humanos. Isto responde à sua pergunta.


Quando estudamos este assunto com atenção, despertou-nos uma realidade nova acerca da presença ativa de animais no mundo dos Espíritos. Se o princípio que o habitava fica em estado latente, equivale a dizer que não há atividade animal no mundo espírita, pelo menos não segundo Allan Kardec e São Luís que foi quem respondeu a esta pergunta, se acaso tivessem alternativas teriam dito coisas como: mais a frente aprofundaremos o assunto, etc., mas foram incisivos, e antes que pensem que obras como as de Andre Luiz estão em erro veremos que não é bem assim, as vezes para compreendermos certas afirmações dos espíritos precisamos de um pouco de elasticidade mental sem perdermos o chão ou a base que é Kardec, pois toda informação de origem mediúnica ou não que se desvincula com a base doutrinária que é Kardec ou está em erro ou foi um equivoco. (Observações nossas).

Prosseguindo:

36.a) Como é então que algumas pessoas, tendo evocado animais, obtiveram resposta? "Evoca um rochedo e ele te responderá. Há sempre uma multidão de Espíritos prontos a tomar a palavra, sob qualquer pretexto."

Nota. Pela mesma razão, se se evocar um mito ou uma personagem alegórica, eles responderão, isto é, algum Espírito responderá por eles e lhes tomará o caráter e as maneiras. Alguém teve um dia à ideia de evocar Tartufo e Tartufo veio logo. Mais ainda: falou de Orgon, de Elmira, de Dâmide e de Valéria, de quem deu notícias. Quanto a si próprio, imitou o hipócrita com tanta arte que se diria o próprio Tartufo, se este houvera existido. Disse mais tarde ser o Espírito de um ator que desempenhara esse papel. Os Espíritos levianos se aproveitam sempre da inexperiência dos interrogantes; guardam-se, porém, de dirigir-se aos que eles sabem bastante esclarecidos para lhes descobrir as imposturas e que não lhes dariam crédito aos contos.


O mesmo sucede entre os homens. Um senhor tinha em seu jardim um ninho de pintassilgos, pelos quais se interessava muito. Certo dia desapareceu o ninho. Tendo-se certificado de que ninguém da sua casa era culpado do delito, como fosse ele médium, teve a ideia de evocar a mãe das avezinhas. Ela veio e lhe disse em muito bom francês: "A ninguém acuses e tranquiliza-te quanto à sorte de meus filhinhos; foi o gato que, saltando, derribou o ninho; encontrá-lo-ás debaixo dos arbustos, assim como os passarinhos, que não foram comidos." Feita à verificação, reconheceu ele exato o que lhe fora dito. Dever-se-á concluir ter sido o pássaro quem respondeu? Certamente que não, mas apenas um Espírito que conhecia a história. Isso prova quanto se deve desconfiar das aparências e quanto é preciosa à resposta acima: evoca um rochedo e ele te responderá. (Veja-se atrás o capítulo Da mediunidade nos animais, item 234.)

Como é possível observar, as respostas de São Luís são muito claras e afirmativas quando diz não haver espíritos de animais na erraticidade. Como já comentamos acima, lemos em muitos livros espíritas, mesmo de autores consagrados, sobre a existência de animais no mundo espírita. André Luiz comenta em suas obras sobre a presença de animais em colônias espirituais, como pássaros, peixes, cães entre outros. Não dizemos com isso que André Luiz e mesmo Chico Xavier estão errados longe disso, até porque não temos autoridade para fazê-lo, mas a intenção deste estudo é compreender como devemos interpretar essa lição, seguindo a base do Espiritismo que é Allan Kardec, entendemos que as obras de Chico Xavier, ou melhor, psicografadas por ele são o desdobramento da base Kardequiana e não ideias contrarias como verificaremos. (Observações nossas).

Animais tem alma? Possuem um princípio inteligente?

Vamos recorrer ao Livro dos Espíritos 93ª edição, nas questões 597 a 600:

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - OS ANIMAIS E O HOMEM. 597. Pois se os animais têm uma inteligência que lhes dá certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria?

R - Sim, e que sobrevive ao corpo.

Aqui, como é claro notar, os Espíritos afirmam a Kardec que o espírito do animal existe e que sobrevive ao corpo, mas não aprofundam detalhes, somente respondem a pergunta. (Observações nossas). Prosseguindo:

597. a) Esse princípio é uma alma semelhante ao homem?

R - É também uma alma, se o quiserdes; isto depende do sentido que se toma essa palavra (ver em o Livro dos Espíritos - Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita - Alma, Princípio Vital e Fluido Vital); mas é inferior à do homem. Há, entre a alma dos homens e dos animais, tanta distância, quanto entre a alma dos homens e Deus.

598. A alma dos animais conserva após a morte, sua individualidade e a consciência de si mesma?

R - Sua individualidade, sim, mas não a consciência de si mesma. A vida inteligente permanece em estado latente.

Percebemos que existe uma individualidade, um ser, mas não tem consciência de si mesmo, sua inteligência dorme pelo menos em sua quase totalidade como verificaremos abaixo. (Observações nossas).

599. A alma dos Animais pode escolher a espécie em que prefira encarnar?

R - Não; ela não tem o livre-arbítrio.

O Livre arbítrio é uma conquista evolutiva que nossos irmãos animais ainda não possuem, pois, não são responsáveis por seus atos. (Observações nossas).

600. A alma do animal, sobrevivendo ao corpo, fica num estado errante, como a do homem, após a morte?

R - Fica numa espécie de erraticidade, pois não esta unida a um corpo, mas não é um espírito errante. O espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do espírito. O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente: não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas.

É o que nos ensinam os Espíritos na Revista Espírita, Agosto de 1861, Os animais médiuns, pag. 364 - Ed. FEB - Trad. Evandro Noleto Bezerra, dizendo: "Os homens estão sempre dispostos a tudo exagerar; uns - e não falo aqui dos materialistas - recusam uma alma aos animais, e outros querem lhes dar uma, por assim dizer, semelhante à nossa".

A dedução que vamos chegando é que ficando numa espécie de erraticidade, ou seja, estão no mundo espiritual, mas de forma breve, e não havendo tempo de convivência com outros seres ou seus iguais ou espíritos, sendo conduzidos a reencarnação rapidamente, percebe-se que há uma classificação e utilizados quase imediatamente, mais, ficam numa espécie de erraticidade e os espíritos não especificam tempo, mais adiante vamos compreender melhor essa questão. (Observações nossas).

Animais e erraticidade

Como observamos na questão 600 (L.E. - Cap. XI) o Espírito diz para Allan Kardec que o animal fica numa espécie de erraticidade. Com base nesta informação, muitos tentam encontrar argumentações sobre a presença dos animais, afirmando que para eles não há o estado errante, por serem animais, mas que nem por isso deixam de interagir com os Espíritos humanos na vida espírita. Bem, independente do que possamos compreender por erraticidade e embora possa, sob esse ponto, levantarem-se discussões, o mesmo não se dá em relação às informações que os Espíritos trazem a Kardec, dizendo que "o princípio que habita o animal fica em estado latente após a morte" ou ainda "não dispõe de tempo para se por em relação com outras criaturas".


Aqui há afirmação, de tal modo que não podemos alegar dupla interpretação. Ficam em uma espécie de erraticidade, pois que o princípio continua e é imortal, mas não é o mesmo que dizer que esse princípio fica em atividade, que é o que lemos constantemente em inúmeras obras mediúnicas. Além do que, o termo erraticidade utilizado pelos Espíritos para responder a essa pergunta de Allan Kardec, foi utilizado por comparação, pois que Kardec utiliza-se desse termo para elaborar a pergunta.

Para complementar ainda mais, acrescentaremos abaixo alguns trechos da Revista Espírita, o primeiro é de Junho de 1860, onde Allan Kardec obtém uma dissertação sobre os animais, ditada pelo Espírito Charlet, que traz importantes informações sobre o espírito dos animais e sobre sua relação com os homens. Após a dissertação, Allan Kardec faz uma análise de cada tópico, e na análise do tópico III, número 11, faz a seguinte pergunta ao espírito: (Observações nossas).

*11. Falais de recompensas para os animais que sofrem maus-tratos e dizeis que é de toda justiça que haja compensação para eles. Parece, de acordo com isso, que admitis no animal a consciência do eu após a morte, com a recordação do seu passado. Isso é contrário ao que nos foi dito. Se as coisas se passassem como dizeis, resultaria que no mundo espiritual haveria Espíritos de animais. Assim, não haveria razão para não existirem o das ostras. Podeis dizer se vedes em torno de vós Espíritos de cães, gatos, cavalos ou elefantes, como vedes espíritos humanos?

R - A alma dos animais - tendes perfeitamente razão - não se reconhece após a morte do corpo; é um conjunto confuso de germes que podem passar para o corpo de tal ou qual animal, conforme o desenvolvimento adquirido. Não é individualizada. Direi, todavia, que em certos animais, entre muitos mesmo, há individualidade.

Nestas importantes observações entendemos que o principio espiritual em certas classes de animais não se individualiza no mundo espiritual, outras sim, sabemos que há animais que tem a inteligência mais desenvolvida que outros, sendo mais sociáveis, animais domésticos como cães e gatos, embora certos animais selvagens como golfinhos, chimpanzés demonstrem uma inteligência mais desenvolvida, verificaremos que certos animais sob determinadas situações podem se manter durante certa cota de tempo no mundo espiritual sob assistência, obedecendo a determinados fins, como veremos mais abaixo. (Observações nossas).

Mas e as obras que afirmam a existência de animais no mundo dos espíritos?

Sobre as obras que dizem haver espíritos de animais, podemos dar opiniões que serão suficientes para expressar o nosso pensamento.

A primeira é a da ilusão, conforme já o citamos no comentário deixado por um Espírito a Allan Kardec que diz "Os homens estão sempre dispostos a tudo exagerar; uns - e não falo aqui dos materialistas - recusam uma alma aos animais, e outros querem lhes dar uma, por assim dizer, semelhante à nossa". (Observações nossas).

A colônia Nosso Lar então é uma fantasia?

Não temos a insensatez de pensar assim e seria ousadia pretensiosa de nossa parte afirmar isso. Possivelmente exista e se existir e se houverem animais por lá, como é citado na obra, uma conclusão que podemos tirar a respeito é a da projeção, ou outra circunstancia onde são utilizados segundo lemos em Evolução em dois Mundos como veremos um pouco abaixo.

Essas formas de animais que são relatados nos livros podem ser uma projeção feita pelos Espíritos. Segundo os Espíritos, no Livro A Gênese de Allan Kardec, no capítulo XIV, dos Fluidos, "o pensamento é para os Espíritos o que a mão é para o homem". Assim, plasmariam formas animais para enriquecer a natureza ao redor, assim como plasmam as flores e árvores - pois que também não existem almas das árvores e flores na espiritualidade. (Observações nossas).



Foto: Nathália Rosa - unsplash.com

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