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A relevância do silêncio e do recolhimento para escutar Deus no íntimo da própria consciência

“Seja paciente com todas as coisas, mas seja sobretudo paciente consigo mesmo. Em vez de perder a coragem detendo-se nas suas próprias imperfeições, dedique-se imediatamente a corrigi-las; retome a tarefa todos os dias”


"Nos Estados Unidos quase nove milhões de pessoas precisam de medicamentos indutores de sono com receita médica para dormir, e a partir de 1988 esta percentagem de adultos a tomar antidepressivos aumentou 400 por cento.


Na Europa o aumento do consumo de antidepressivos entre 1995 e 2009 foi de cerca de 20 por cento por ano e no Reino Unido as receitas de antidepressivos aumentou 495 por cento desde 1991. A Alemanha perdeu em 2011 cinquenta e nove milhões de dias de trabalho devido a doenças psicológicas, tendo representado um aumento de mais de 80 por cento em quinze anos".

Huffington, A., Terceira Medida do Sucesso, Editorial Presença, 2015.


Como compreender o quadro descrito? Talvez, observando-se o fato de que muitos vivem inconscientes, pois não sabem por que fazem o que fazem. Uns mergulham na superficialidade das relações vazias de afeto na busca de risos bajuladores e com coisa nenhuma. Outros vivem alienados pela “deusa Internet” no maravilhas do imediatismo do acesso e do automatismo das conexões. Muitos esqueceram a relevância do silêncio e do recolhimento para escutar Deus no íntimo da própria consciência. E uma incontável quantidade afastou-se do que é realmente relevante por preguiça ou incapacidade para buscar viver com sobriedade. O homem perdeu a referência de Deus, para viver modismos, o aqui e agora dos apelos mediáticos e profundamente alienadores, comprometedores. O ser humano tomou posse de Deus, e o ego passou a reinar.


E no meio de todo este bulício egótico, a sociedade passou a confundir propósito com objetivos.
O propósito da vida diz respeito ao sentido para o qual vivemos. Neste âmbito muitos dirão que o propósito é gerar empatia e sermos compassivos contribuindo-se para a modificação íntima e a evolução do ser, pois sabem que por essa via ganham ferramentas para mais bem-estar e dias felizes. Os materialistas dirão que é para serem ricos, embora o que queiram seja igualmente felicidade e bem-estar. E muitos dos demais admitirão que é a caminhada espiritual ou interior em modo ascendente que conduz a mais felicidade. Na verdade, quase todos estarão de acordo que o propósito da vida não é ter posse de coisas materiais, mas a forma como se pode viver com os outros e consigo mesmo.


Com os ditos “objetivos” as coisas são diferentes. Os objetivos são pequenas metas, ou conquistas, que podem incluir o alcançar de um melhor emprego, a aquisição de algo, o ser-se mais atento aos outros no dia-a-dia, o ser-se mais solidário, etc.


Face à perda de sentido pelo excesso de objetivos exteriores numa dicotomia entre objetivos reais e propósitos relevantes para nosso bem estar e felicidade, quase sempre, lança-se a confusão íntima que conduz à angústia, à exaustão emocional, à depressão, em suma, à desorganização do indivíduo.


Fomos habituados a medir o sucesso das pessoas pelo seu dinheiro, profissão e status social, é assim que nos entreolhamos. Medimo-nos pelo que se tem e não pelo que se é.
O homem deixou de lado o real para viver ilusões, e o saldo da ilusão chama-se, decepções.


Izaias Lobo Lannes.




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